Indústria de Injeção Plástica: como avançar com a fabricação de embalagens plásticas
- MARPLA
- 10 de fev.
- 7 min de leitura
Para você que quer desenvolver uma embalagem plástica ou uma peça personalizada para a tua empresa, vou te mostrar como a indústria de injeção plástica trabalha para conseguir fabricar o objeto que você precisa!
O processo de fabricação de embalagens plásticas pode ser variado, sendo uma delas a injeção plástica. Saber qual é a forma de se fabricar a peça que você precisa, te fornece maior clareza na hora de ir atrás do fornecedor.
Aqui, o meu objetivo é te ajudar a perceber se o processo de injeção é o meio pelo qual a sua peça será fabricada, como que funciona todo o processo e quais são as principais dicas e orientações sobre esse processo de fabricação.
Dê uma olhada no sumário:
1. Parâmetro da injeção plástica: dados do mercado e futuro
Segundo um relatório apresentado pela Mordor Intelligence, empresa que trabalha com pesquisas de mercado e de opinião pública, a fabricação de peças através do processo de injeção plástica apresenta uma tendência de crescimento do mercado.
As principais buscas de peças fabricadas por esse processo são peças automotivas, embalagens plásticas, bens de consumo e produtos eletrônicos.
Aqui, chamo a atenção para o assunto desse conteúdo que é a injeção para fabricar embalagens plásticas: essa é uma tendência de crescimento específica.
Alguns dos fatores que contribuíram e ainda estão contribuindo para o aumento do consumo e, por consequência, da fabricação de embalagens plásticas por injeção é a preocupação com a sustentabilidade (porque tende a fazer objetos mais duráveis) e a procura por embalagens inteligentes.
A injeção plástica tem uma característica que brilha os olhos de quem procura por embalagens inteligentes: ela pode se adaptar a qualquer projeto (desde que tenha coerência, claro). Isso porque do projeto à fabricação de uma peça é algo exclusivo, ou seja, pensado de forma específica para aquela situação e contexto de utilização.
2. Tipos de embalagens plásticas que são possíveis de serem feitas pelo processo de injeção
Para saber quais são as embalagens plásticas possíveis de se fazer por meio do processo de injeção, é importante entender como esse processo todo funciona.
A ideia da injeção plástica é: o material é derretido e moldado a partir de uma forma, que é chamado de molde. Após, ele é resfriado e extraído para ser embalado. De maneira simples, é isso o que acontece.
Mas o importante é você entender que para fazer uma peça por esse modelo, ela precisa ter algumas características: ela precisa ter um mínimo de dureza (não é possível fazer sacolas plásticas dessa forma, por exemplo) e de espessura.
Dito isso, agora você já sabe que embalagens mais “flexíveis” como sacos e sacolas não são fabricadas pelo processo de injeção.
Mas então que tipo de embalagem plástica pode ser feita?
Aquelas que tem um certo “corpo” e estrutura. Vamos aos exemplos:
Copos de festa;
Carcaças de eletrodomésticos;
Tampas de aerossol;
Peças automotivas e agrícolas;
Utensílios domésticos, como escovas de cabelo;
Potes para guardar alimentos;
Tampas diversas.
Esses são alguns exemplos de peças plásticas, sendo as duas últimas as mais utilizadas se tratando de embalagens plásticas.
3. Primeiro passo: ter o projeto da embalagem ou peça plástica
Definição de propósito da embalagem. Esse é o foco central nessa etapa, pois é isso que norteará todo o processo, desde a confecção do molde até a forma de armazenamento das peças.
Para quê a peça serve? Quais são suas características, como altura, diâmetro, peso, resistência?
Diante disso, passa-se a realizar a confecção do projeto ainda digital. Desenhar a peça é fundamental para começar a sua materialização e definição de medidas e design.
Uma atenção especial para o design! Esse é o momento de identificar quais atributos podem ser colocados ou retirados da peça para que ela atenda ao que se propõem da melhor forma.
Lembra das embalagens inteligentes tratadas lá no primeiro tópico? Então! Aqui é o momento de pensar nisso, se esse for um dos objetivos.
Também começa a ser estudado quais seriam as melhores cores para essa peça ou embalagem plástica. Com uma definição prévia de cor, é possível passar para o último ponto dessa etapa com mais confiança, que é a impressão 3D.
A impressão 3D tem sido cada vez mais recomendada, porque é a forma que existe atualmente de você ter acesso a uma prévia do resultado final, algo parecido com um protótipo.
No processo de injeção plástica ainda não é viável fazer um protótipo da peça, pois o trabalho, o custo e o tempo para fazer um protótipo é o mesmo para fazer a peça final.
Por isso, a impressão 3D surgiu como uma alternativa para quem quer ter a peça em mãos. É claro que o material será diferente, mas as dimensões e o design podem ser os mesmos da peça final. Dessa forma, consegue-se avaliar melhor se é necessário alguma modificação ou não.
4. Segundo passo: construção do molde para fabricação
A construção do molde é uma etapa importante e essencial para a fabricação da embalagem final, pois é ele quem dará o formato esperado.
Porém, essa etapa requer paciência, pois ela tem um tempo de fabricação um tanto quanto longo.
O tempo varia de acordo com cada peça que será fabricada: cada uma tem um tamanho e uma complexidade diferentes. Quanto maior e mais complexa a peça, maior será o tempo de fabricação.
Para tornar esse ponto mais claro, posso te dizer que um molde de tamanho médio e simples pode ser finalizado, em média, dentro de 3 meses.
Essa é uma média do mercado, mas é preciso considerar que o fabricante possui outros trabalhos a serem feitos.
Outro ponto importante aqui é sobre o valor, pois isso é algo que não é de conhecimento geral das pessoas.
Quem não está acostumado com a fabricação de peças plásticas injetadas, quando se depara com o valor do molde se surpreende, pois ele é alto.
Tal qual a situação do tempo, vamos usar como exemplo um molde médio e simples. Para a confecção desse molde, o preço pode variar de 50 mil reais até 100 mil reais.
De novo: esses valores são referentes a moldes simples!
Para ter certeza do valor do molde é necessário verificar junto com a ferramentaria o projeto e a forma de fabricação dele.
5. Terceiro passo: testes e fabricação para valer
Com o molde finalizado e construído, é hora de realizar testes e fabricar a peça para valer.
As primeiras peças são as peças-teste! Por quê?
Porque a gente precisa identificar se, na prática, a peça está de acordo com o que era esperado, desde medidas até mesmo o próprio desenho.
É claro que nessa etapa, se houver algo que precise de ajuste, esse deve ser mínimo. Não há possibilidade de fazer ajustes grandes e que comprometam o molde.
Portanto, mais uma vez, ressalto a importância do planejamento prévio do projeto da embalagem antes de dar andamento à construção do molde.
Dentro da programação para construção de uma nova embalagem ou peça plástica, é preciso considerar esse tempo de testes e ajustes (se necessário).
E quanto tempo demora essa etapa?
Como você já poderia esperar, não há uma definição padrão de tempo, mas a ideia é que, tendo necessidade de ajustes, eles sejam feitos o mais rápido possível.
O ideal é deixar, ao menos, 1 mês para isso dentro do cronograma.
Depois de tudo pronto e testado, é hora da fabricação em larga escala!
6. Análise de custo x retorno
Você pode perceber que fazer uma embalagem plástica injetada do zero dá trabalho, demandando tempo e dinheiro. Ao se deparar com essa situação, algumas empresas se questionam se vale a pena passar por esse processo.
E, de fato, é necessário analisar o custo benefício da produção de uma nova peça plástica.
Para te auxiliar nessa questão vou sugerir 2 reflexões. A depender das respostas, você conseguirá decidir se o melhor caminho é ou não fazer do zero a sua peça ou embalagem plástica.
A primeira reflexão é o volume mensal da peça. Dentro do processo de injeção plástica, é inviável fazer poucas unidades por mês, como por exemplo 5 peças. Claro, há exceções, que são peças grandes e de alto valor.
Mas tratando-se de embalagens, em geral, trabalha-se com peças pequenas e a sua produção enxuta ao extremo inviabiliza a produção.
A segunda reflexão é sobre o valor de venda de cada embalagem ou peça. Definir isso e analisar junto com a demanda mensal da peça vai te dar a capacidade de verificar se o custo envolvido no processo de fabricação do zero compensa.
Se já existe um planejamento de negócio e de vendas, é possível que o custo se pague em pouco tempo, mostrando-se, dessa forma, um bom negócio investir na construção de uma peça ou embalagem plástica personalizada e adaptada ao que você precisa.
7. Organização é muito importante!
Ainda nesse conteúdo comentei sobre o cronograma e aqui vou reforçar a importância da organização.
Estipular prazos te garante um desenvolvimento de projeto com tranquilidade, tendo previsibilidade de etapas e tempo para cada uma.
Para você saber qual é o tempo de cada etapa, você vai precisar entender como funciona todo o processo e nessa parte o apoio e parceria das outras empresas que estão envolvidas no projeto são importantes, porque te dará o conhecimento sobre como tudo irá funcionar.
Quando não se entende do processo, é fácil estipular prazos irreais.
Algo que você imaginou durar 1 mês, pode ser que leve 3. E se cada etapa tiver erros do mesmo tipo, o projeto final pode atrasar bastante em comparação ao que se esperava lá no início.
Antes mesmo de ir para o primeiro passo (o projeto da embalagem ou peça plástica), é importante determinar esse cronograma.
Portanto, a conversa com os fornecedores e, por consequência, a organização vem antes de colocar a mão na massa, porque é depois dessa troca de informações com as empresas parceiras que você conseguirá determinar um cronograma mais real para tua empresa e teu projeto.
E, claro, sabendo os prazos e os tempos certos de cada etapa, você consegue ajustar também os recursos financeiros ao longo do tempo.
Quando bem planejado, o projeto, que antes ficava apenas no mundo das ideias, tem maiores chances de dar certo!
Conclusão
A fabricação de embalagens e peças plásticas através do processo de injeção plástica, requer um conhecimento e organização prévia para garantir que as etapas saiam de acordo com o esperado (além do próprio objeto!).
Esteja aberto a compartilhar ideias para chegar ao melhor resultado da melhor forma possível!
Para saber mais sobre indústrias de injeção plástica, visite os outros conteúdos expostos no nosso Blog!
Comentários